Há 100 anos, completados no dia de ontem,
nascia na Fazenda Caiçara, povoado do Araripe, a doze quilômetros de
Exu (PE), o sanfoneiro Luiz Gonzaga do Nascimento, o Rei do Baião. Há
meses iniciaram-se as homenagens, que se ampliarão até o fim deste mês,
a esse filho do sertão, cuja vida foi dedicada a cantar as agruras e
belezas de sua terra, levando o Nordeste brasileiro para todos os
rincões do País e até a outros países.
É emblemático o fato de a data coincidir com uma das secas mais devastadoras do semiárido nordestino, o que faz ressaltar a necessidade de dar continuidade à luta travada por Gonzagão para atrair os olhares dos demais irmãos brasileiros sobre um problema persistente, que tem todas as condições de ser superado.
Sua epopeia profissional iniciar-se-ia, em 1939, como sanfoneiro, nas áreas boêmias e periféricas do Rio de Janeiro. Mas foi em 1941 que sua originalidade criativa se revelou, no programa de rádio de Ary Barroso, quando tocou um tema regional, de sua autoria, Vira e Mexe, que selou seu primeiro disco como sanfoneiro. Logo sua fama se espalharia através das ondas da Rádio Nacional. Sua primeira gravação como cantor viria em 1945 com a mazurca Dança Mariquinha. Nesse mesmo ano, nasceria Gonzaguinha (cuja fama musical iria orgulhar o pai muito mais tarde) filho de uma união marital tumultuada com a cantora de coro e sambista Odaléia Guedes dos Santos.
Daí em diante, Luiz Gonzaga passou a ser um referencial marcante da música regional nordestina. Sua peregrinação por vilas e povoados do sertão e outras cidades do País, vestido em trajes estilizados de cangaceiro, o colocava como expressão autêntica de uma cultura muito rica, marcada pela civilização do couro e pela caatinga (um bioma único no mundo).
Sua música é a expressão da saga do sertanejo, sua coragem, sua resistência e sua esperança inquebrantável - mesmo quando isso parecia non sense. Por ela, soube também traduzir os folguedos e as alegrias ingênuas de um povo que sempre aprendeu a driblar as dificuldades quase intransponíveis sem nunca se render à amargura paralisante, mas, sempre encontrando uma maneira de celebrar a vida.
É emblemático o fato de a data coincidir com uma das secas mais devastadoras do semiárido nordestino, o que faz ressaltar a necessidade de dar continuidade à luta travada por Gonzagão para atrair os olhares dos demais irmãos brasileiros sobre um problema persistente, que tem todas as condições de ser superado.
Sua epopeia profissional iniciar-se-ia, em 1939, como sanfoneiro, nas áreas boêmias e periféricas do Rio de Janeiro. Mas foi em 1941 que sua originalidade criativa se revelou, no programa de rádio de Ary Barroso, quando tocou um tema regional, de sua autoria, Vira e Mexe, que selou seu primeiro disco como sanfoneiro. Logo sua fama se espalharia através das ondas da Rádio Nacional. Sua primeira gravação como cantor viria em 1945 com a mazurca Dança Mariquinha. Nesse mesmo ano, nasceria Gonzaguinha (cuja fama musical iria orgulhar o pai muito mais tarde) filho de uma união marital tumultuada com a cantora de coro e sambista Odaléia Guedes dos Santos.
Daí em diante, Luiz Gonzaga passou a ser um referencial marcante da música regional nordestina. Sua peregrinação por vilas e povoados do sertão e outras cidades do País, vestido em trajes estilizados de cangaceiro, o colocava como expressão autêntica de uma cultura muito rica, marcada pela civilização do couro e pela caatinga (um bioma único no mundo).
Sua música é a expressão da saga do sertanejo, sua coragem, sua resistência e sua esperança inquebrantável - mesmo quando isso parecia non sense. Por ela, soube também traduzir os folguedos e as alegrias ingênuas de um povo que sempre aprendeu a driblar as dificuldades quase intransponíveis sem nunca se render à amargura paralisante, mas, sempre encontrando uma maneira de celebrar a vida.
http://www.opovo.com.br/app/opovo/opiniao/2012/12/14/noticiasjornalopiniao,2971649/editorial.shtml